quinta-feira, 21 de maio de 1998

Mulheres Nacionalistas Galegas celebra Vª Assembleia Nacional

O domingo 28 de junho celebra-se em Compostela a que vai ser a Vª Assembleia Nacional do feminismo independentista. Fai agora três anos celebravam o anterior congresso nacional na cidade de Ferrol.

Valora-se esta juntança, desde M.N.G., como de consolidaçom e madurez dentro das dificuldades que atravesa o feminismo na Galiza.

Co lema FEMINISMO: A REVOLUÇOM SILENCIADA, pretendem dar umha resposta à utilizaçom oportunista e manipuladora que se está a dar desde o poder, da mensagem feminista. Esta manipulaçom concreta-se no lema utilizado desde a administraçom autonómica “A REVOLUCIÓN SILENCIOSA” , para se referir à luita polo direito à igualdade. MNG considera que “semelhante lema é um insulto a todas aquelas mulheres que ao longo da História alzarom a sua voz, mobilizarom os seus corpos e as suas mentes para criar as bases do que hoje se conhece por luita feminista, que para nada é umha luita silenciossa, senom que quer fazer-se escuitar em toda a sociedade, que está em cada berro de cada mulher agredida e assassinada; em cada discriminaçom, exploraçom e subordinaçom que sofremos as mulheres a cotio e que desde as instituiçons querem-se encargar de acalar, manipulando e usurpando a nossa linguagem”.

Para esta assembleia apresenta-se a debate umha só ponência que gira ao redor de três pontos fundamentais. O primeiro é umha pormenorizada valoraçom das distintas organizaçons de mulheres existentes no país. Um segundo ponto analissa as claves nas que se moveu MNG nestes três anos e um derradeiro ponto que propóm cámbios organizativos e de actuaçom baixo o lema “ modos de actuaçom”.

Nom se conta com novidade importantes na eleiçom da Coordenadora Nacional, mas si se tem presente para esta assembleia a necessidade de reforza-la. Os resultados deste encontro faram-se públicos no menor praço pòssível.

Lupe Cês
21 de Maio 1998
Publicado para o nº de Maio do 98 - "A Gralha"
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Soma e sigue da luita contra o paro - Maio de 1998

Soma e sigue da luita contra o paro

Na Galiza houvo várias experiências de luita contra o paro. Neste passado mês de Maio várias iniciativas caminhavam na mesma direcçom. Além disso é muito o caminho por percorrer para deixar de falar de 200.000 pessoas em paro.

Na década dos oitenta, na comarca ferrolana, com distintos nomes e em dististas etapas, funcionou um movemento de trabalhadores e trabalhadoras em paro impulsado pola antiga INTG e mais tarde, conjuntamente coa CXTG.

Ao longo de case oito anos, foi-se elaborando umha táboa reivindicativa que tinha como pontos mais interessantes o conseguir a prestaçom económica por desemprego para todas as pessoas em paro, cursos de formaçom ... E outras já conseguidas como as prestaçons médico-farmacéuticas e a exençom de impostos municipais.

Este movimento de luita contra o paro baseava-se na combinaçom da acçom reivindicativa e propostas às instituiçons e organismos com competências no tema.

Entre as acçons que tiverom umha maior proxecçom pública e conseguirom obxectivos concretos, podemos destacar a paralizaçom dumhas oposiçons que o Concelho de ferrol ia celebrar para cubrir duas praças de ordenanzas. Correu o rumor que essas praças estavam adxudicadas e as oposiçons iam ser realmente umha tapadeira. A Assembleia de Trabalhadores e Trabalhadoras em paro, convocou umha assembleia a onde acudirom todas as pessoas que queriam aceder às praças e realizou um sorteio público. O Concelho nom aceptou o resultado de aquel sorteio aludindo que nom era legal. Que só se podia acceder a essas praças por oposiçom. O dia dos exames, a ATP conseguiu que só se apresentassem as duas pessoas que sairam do sorteio. Desse jeito cumpriu-se a vontade da Assembleia.

Cortes de tránsito, feches no Concelho, no INEM, nos locais da ZUR ( Zona de Urgente Industrializaçom), paralissaçom de obras para conseguir reduzir as horas extra e o assinamento de contratos para gente da Assembleia... som algúns dos logros e acçons deste movimento que nunca chegou a ser de carácter nacional. Esmoreceu mesmo quando se intentava organizar umha marcha contra do paro por toda Galiza.

Deste movimento autóctono de luita contra o paro sairom pessoas significadas mais tarde noutras organizaçons e movimentos com releváncia no país. Estamos a falar de Ignácio Martínez Orero que o impulsava desde o seu posto de direcçom na INTG , e os membros da Assembleia: Manuel Chao Dobarro, Jaime Castro Leal, Carlos Longa, e o veterano Tono.

Ainda que a história desses anos, coas suas batalhas e vitórias está por escrever, pode-nos dar um pouco de luz em quanto ao movimento que neste passado mes de Maio abandeirou a luita contra o paro.

A reivindicaçom da jornada das 35 horas como umha das soluçons reais ao problema do paro, foi nas manifestaçons do Primeiro de Maio, consigna de primeira orde. Nos casos de CCOO e UGT, umha consigna oportunista dado que vinham de assinar coa Xunta de Fraga e Ramilo uns acordos onde a primeira cláusula exigida pola patronal para sentar-se a negociar, foi precisamente nom tocar a reduçom de jornada.

Centrada básicamente na zona de Vigo e impulsada ou simplesmente assinada, segundo se valore, pola CIG e a CGT, levou-se adiante umha campanha contra o paro que tivo na manifestaçom celebrada o dia 9 de Maio o seu ponto mais álgido. Concertos com grupos de alto ranking em ambientes alternativos como e umha marcha Vigo-Compostela, completavam umha primeira semana de Maio que levava aos meios de comunicaçom um dos primeiros problemas do país: contar com umha das tasas de desemprego mais altas de Europa.

Que essa tasa de desemprego afecta ao 40% da mocidade tem-no bem claro a Assembleia da Mocidade Independentista. Esta organizaçom juvenil veu desenvolvendo umha campanha paralela às que já marcamos com anterioridade, apontando no seu obxectivo contra das Empresas de Trabalho Temporal. As ETT segundo esta orrganizaçom supoem os níveis mais altos de exploraçom por quanto ficam com mais do 30% do salário e consolidam o trabalho em precário e sem coberturas sociais.

O passado 16 de Maio celebravam umha manifestaçom em Vigo como remate dumha campanha básicamente propagandistica e com algúm feche em ETTs de Compostela.

Nestas páginas de Gralha temos analisado com anterioridade quais seriam os pontos mínimos para conseguir que um problema estructural como é o do paro, deixa-se de se-lo nas dimenssons que acada na actualidade. Compre hoje utilizar estas líneas para fazer umha valoraçom do que significam estas mobilizaçons.

Antes mencionavamos aos sindicatos espanhios e os seus acordos sobre emprego co PP de Fraga. Agora só lembrar as loubanças vertidas polas direcçons de CCOO e UGT ao cumprir-se um ano da Reforma Laboral. Os espanhois tenhem polas suas contas 2.000.000 milhons de parados e paradas. Todo um exército de reserva de mao de obra. Quem se poida felizitar por isso, nom precisa de comentário. Mas que pasa no nosso país. As mobilizaçons de Maio, coa presença da CGT, forom algo mais que o eco que veu de Francia? Por outra banda, umha organizaçom da mocidade pode gerar por si mesma umha dinámica de luita contra do paro que obtenha transformaçons reais? A luita contra do paro é um problema dos parados e paradas e se nom se mobilizam é a sua responsabilidade? É um problema meramente sindical?...

Desde logo, um problema estructural da importáncia do desemprego, nom pode atopar soluçom nem agentes activos que as procurem, num só sector social nem muito menos numha só organizaçom. Nom pode ser um calco mimético dos ars que circulem por Europa.

Desde a humildade destas páginas nom nos cansamos de valorar a necessidade dum grande pacto nacional de luita contra o paro. Um pacto de “ medidas e acçom”, que busque os pontos de encontro onde confluam os interesses inmediatos da populaçom ocupada e da desempregada, um pacto que conte coa mocidade e coas mulheres, como sectores mais desfavorecidos no mercado laboral; um pacto que arrinque das instituiçons prevalecedoras das teorias neo-liberalistas, um novo marco de coberturas sociais e do reparto do trabalho e a riqueça.

Lupe Cês. 21 de Maio de 1998.

Publicado no periódico "A Gralha"
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quarta-feira, 13 de maio de 1998

Entrevista a Leandro Lamas - Maio 1998

Pintura, escenografia, debujo, muralismo... som ideias, maos, pinceis, postos no País. Gente nova que trae novos folgos. Que nom conta com masters, ajudas, bolsas e apoios oficiais. Gente que sabe de que lado pinta.

Tem 25 anos, estudou delineaçom e quando dí que é natural da parróquia de Ferrerias , do Concelho de Narom, fai-no com certa fachenda e os olhos cheios de picardía. Leandro Lamas Ermida é pintor e algo mais, como puidemos comprovar ao longo dumha entrevista informal que derivou em conversa sobre os mais variados temas, entre o barulho da cafeteria dum centro cultural onde Leandro acude a receber aulas de pandeireta.

-É que umha vez que começas a debujar vès cada vez com mais nitidez que todo está interrelacionado e umha cousa vai-te levando a outra. O do teatro é um ejemplo claro, porque quando vês um escenário é como se estivesses vendo um quadro.

Leandro leva tempo colaborando co grupo de teatro “ Castelo de Moeche” Agora mesmo estám pendentes do estreo dumha obra de Roberto Vidal Bolanho “Ledainhas pola morte do Meco”, que vai contar cum vestiario moi especial

-É roupa reciclada. Aproveitamos roupa já usada e materiais de refugalho, logo os pinceis e a pintura fixerom o resto. Sim, eu também interpreto um papel na obra. Como vès , sempre há um paralelismo em todos os aspectos artísticos.

Às vezes se confunde com el o papel de entrevistado e entrevistadora. É de poucas palavras. Mas estas fluem com facilidade quando se lhe pregunta polos seus começos.

-Na escola pública Ponte de Jubia, tivem a sorte de contar cum mestre que me ajudou a descubrir já de moi pequeno que eu gostava de aquilo de debujar e pintar. Logo comecei com banda desenhada. Tenho criado umha persoagem chamada Balbino, que penso seguir mantendo inédito, porque se trata dum velho moi bravo. Logo comecei coa pintura e o muralismo. A banda desenhada segoa trabalhando. Colaborei coa Asociaçom Reintegracionista Artábria na publicaçom “História da Galiza” . Muitas hora me levou! Comecei fazendo líneas e quando me dim conta havía que fazer líneas e líneas por todas partes.

Agora chega o momento de perguntar polas fontes , a técnica, o estilo....

-Tenho muito de auto-didacta. Assistim a aulas de Xaquim Marim. Aprendim muito alí. Ainda que foi mais o que aprendim das longas parrafadas que nos botavamos, que a técnica propriamente dita. Maside, Seoane, Díaz Pardo... som se se pode dizer desse jeito as minhas fontes. O meu estilo está em evoluçom, penso que simplifiquei bastante as minhas realizaçons. Agora umhas quantas líneas som as que dirigem todo o conjunto. Já sabes, cores vivos, lineas onduladas, rostros expresivos...

Leandro é conscente de que a sua arte pertence a este país. Sabe que por isso sempre se corre o risco de ser ou nom ser sentido e comprendido além destas paixages onde os seus murais aparecem mais vivos e à vez como um elemento mais que solprende até o ponto de nom percever como poderia ficar antes aquel muro , espido , sem a vida das pessoagens que Leandro tem deitado já em mais de seis edificios públicos da comarca àrtabra. O derradeiro, no salom de actos do sindicato CIG.

-O trabalho como muralista é interesante para o entorno. É um trabalho moi lucido. Um jeito único que tenho de compartilha-lo com muita gente, faze-lo público e para desfrute de todo o mundo. Ademais há muitas paredes que pintar....

Sabe da necessidade da promoçom. Pretende viver disto porque é do que gosta. Fala de gente nova coma el : Carlos Sardinha, Ladis... Aspira a que a arte plástica acade a energia que tem neste momento a música inspirada na tradiçom galega. Que se crie co tempo um movemento de gente nova, com novas ideias e estilos. Circuitos por onde a arte se consuma como a música, com cerveja ou copo de vinho se fai falta. Toca-lhe falar dos proxectos.

-Quero que a inauguraçom da exposiçom de junho na sá Sargadelos seja umha festa. Por isso vai tocar o grupo Cachimonia , de Neda.

Um grupo também de gente nova, que ponherá a marcha numha exposiçom onde no meio dos óleos apareceram os mais significativos pessoagens da mitologia galega: meigas, trasnos, fadas...

-Estou trabalhando na ilustraçom dum conto infantil, da autoria de Pepablo, co que sempre ando compartilhando cousas... Sim, colaboro com distintas organizaçons alternativas da comarca. Gosto de ver a utilidade do que fago. Som consciente de que se fosse doutro jeito nom pintaria assim.

Nalgumha romaria, na rua, numha praça pública ou em muitos locais desta comarca podemo-nos cruzar com camisetas, postais, cartaces... que com um lema reivindicativo , de denúncia ou solidário, vam indistintamente proclamando o nome do seu autor. Coas suas formas, coas suas cores, cos seus enormes olhos ... som de Leandro.

Lupe Cês
13 de Maio de 1998

Publicada no periódico "A Nosa Terra"
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