domingo, 16 de maio de 1999

O Novo Euro para principiantes - Maio de 1999

O NOVO EURO PARA PRINCIPIANTES

Assistim o passado 20 de Maio, nos locais da CIG- Ferrol, a umha charla do deputado nacionalista Pepe Díaz. O acto estava organizado pola Comissom de formaçom do sindicato nacionalista.

Quando accedim à sá, um local bastante amplo, decorado por um grande mural do pintor ártabro Leandro, atopeime que mais que umha charla, Pepe Díaz estava impartindo aulas, todo há que dize-lo, a um reduzido grupo de sindicalistas e umhas poucas pessoas que nos sentiramos atraidas polo tema e pola escaseza de exposiçons económicas marxistas nos tempos que correm.

Cheguei co acto já iniciado polo que me atopei cum panel com bastantes inscripçons , onde destacava umha soma que se leia do seguinte jeito: Ingressos + Gastos = Déficit.

A exposiçons estava intentando demostrar a influência que tem a gestom pública na economia dum país. Passou aginha a dar uns dados onde se reflectia o fraude que supom os chamados obxectivos de Mastrich. Sobre todo o tam manido 3% de défict público. Alemánia por ejemplo para acadar esse índice, tivo que sacar os investimentos dos hospitais públicos fóra dos orzamentos do estado. Franza assinou um acordo de finanzamento coa multinacional Frantelefom, endebidando-se para acadar esse 3%. Italia passou dum jeito solprendente dum déficit público do 7% a principios do 97, a o maravilhosso 3% deste ano. Esses miragres só podem vir de Roma. “ Aquí já sabemos como se fixo” , aponta Pepe Díaz, e explica como se congelarom os salários de todo o funcionariado; como se reduzirom os investimentos; como se privatizarom case todas as empresas públicas e os restos aparecem num organismo SEPI, que nom entra dentro dos orzamentos e finánciam-se de jeito privado as obras e investimentos públicos ( aquí pom o ejemplo acertado das fragatas que está a construir a Empresa Bazám, co financiamento, que haverá que pagar a preço de ouro a ...........). Quedam algumha perguntas que Pepe Díaz deixa no ar, como por ejemplo como se vai manter o déficit público se este ano pensa-se recolher entre 400 e 600 mil milhons menos de recaudaçom.

Outros problemas apresenta essa cifra do 3%. Segundo nos explica, existe assinado um Plano de Estabilidade que tem como obxectivo manter o índice do déficit público dos estados membros no 3%. De jeito que se um estado nom o mante será sancionado económicamente. “Imaginade se umha economia nom vai bem, ainda por riba sanciona-la com umha multa” Manter o déficit público vai ser sempre a costa dos salários, e dos recortes nos investimentos públicos, isso nos está quedando bastante claro.

Há outro obxectivo na Uniom Europeia que é a ampliaçom. Antes do 2.002, seis estados da antiga Europa do leste, incorporaram-se ao Euro. Alemánia parece ser a primeira interessada nesta ampliaçom de mercados. Por outra banda, estes países tenhem umha renda moi baixa. Coa sua integraçom baixa a renda meia da Uniom com o que Galiza pode perder os fundos estructurais ( essa ajuda esmola que nos chega de Europa que representa o 1´2 % do PIB galego, “ fixade-vos como nos pagam a reduzom na produçom dos nossos sectores económicos básicos”).

Galiza ocupa o número 20 comezando por abaixo, na lista de 181 regions nas que se podem dividir na actualidade a U.E. A diferenza entre a regiom mais rica que é Amburgo e a mais pobre queéstá em Greza, é de 4´5 vezes. “Isto nom é EE UU. Nom existe umha homogeneizaçom. “Representamos culturas, linguas, mesmo economoias diferenciadas e pretende-se fazer umha uniom por riba, anti-democrática”. Pepe Díaz asegura que a construcçom europeia esta-se fazendo a favor do capital e às costas dos povos . “ Aquí é já dum jeito descarado, nom se consulta nada, nom há um referendum para nada e pensai que se está cedendo parte dos poderes do estado”.

Efectivamente, segundo nos explica, o Banco Central Europeio só vai ser controlado por si mesmo, noim há nengúm organismo democrático de control. O obxectivo único deste banco vai ser o control dos preços, tomando medidas para manter a sua estabilidade. O estado espanhol nom vai fazer já política monetária, dependerá só do Banco Central Europeio. Se se visse obrigado a fazer umha devaluaçom de moeda, como se fixo no 83, seria impossível. “ É como um trapecista que se queda sem rede de seguridade, quando as cousas vam mal às vezes há que devaluar a moeda, isto já nom se vai poder fazer.”

A economia galega nom é competitiva, mesmo perdemos competitividade. Descendimos dum 63% da renda meia europea no ano 86 a um 60% no ano 95. Só um 25% das familias galegas aforra algo, e um 40% chega com dificuldades a fim de mês. Das 16.400 empresas que há na Galiza, um 88% tenhem menos de 10 pessoas salariadas, um 90%, menos de 100. O mercado vai ser cada vez mais transparente. Os productos nom vam poder competir com empresas que venhem de fóra. Às empresas galegas que queiram competir nom lhes vai quedar mais remédio que baixar os salários, reduzir emprego ou fechar. Estes vam ser os argumentos patronais dos próximos anos. “Estam-nos vendendo a sua Europa como a única soluçom; Suecia, Dinamarca e Inglatera nom entrarom no sistema monetário, logo há outras possibilidades”.

O que nom tem possibilidade algumha dentro da uniom Europeia é o Socialismo. O chamado Acervo Comunitário que tenhem que cumpri todos os países membros, basea-se fundamentalmente na ideia de manter umha economia de mercado. Paises como Chequia, Polonia, Eslovaquia... está pendente a sua incorporaçom da trnasformaçom que realizem nas suas economias, com claras herdanças ainda vivas do socialismo real.

Explica o deputado nacionalista que o importante nom é a moeda em si, o euro. O importante é o modelo social e económico que se esta a construir. Agora mesmo a OCDE está discutindo o chamado AMI ( Acordo Multinacional de Investimentos). “ este acordo é sacralizar o direito de pernada das multinacionais”. Se chega a implantar-se, os estados quedarm pro baixo das multinacionais e nom poderám legislar contra de-las, ou no caso de faze-lo deverám pagar indemnizaçons.

“Quando entre o euro em circulaçom, a peseta teria cumprido 134 anos, como vedes as cousas nom som eternas. Ainda que os sindicatos CCOO e UGT estám totalmente entregados, e a CIG por si mesma tampouco é quem de gerar outra dinámica, penso que chegarám os processos revolucionários para o necessário cámbio de toda esta situaçom que se avizinha ”. Assim de optimista rematava esta pequena e densa exposiçom sobre as conseqúencias da integraçom no sistema monetário europeio. Um pequeño passo dado pola CIG para combater o analfabetismo funcional que temos a maioria, nestes temas que polo que vimos incidem de jeito tam direito nas nossaa vidas.

Lupe Ces
Maio 98

Publicado no periódico "A Gralha"
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