quarta-feira, 8 de setembro de 1999

A vilolência de gênero tem soluçom

Estes días coa morte de Pilar em Marim, volverom-se a escuitar vozes reflexionando sobre a violência de género nas páxinas dos jornais. Também, polo trágico assassinato de Pilar, a sua morte anunciada, destacavam mais nessas páginas, um ronsel de novas relacionadas com agresons a mulheres, seqüestros e prostituiçom, que rematavam, interpretada nos meios como anécdota, no troque dumha mulher prostituida por um cabalo em Ourense.

María Xosé Queizán (interpreto que num simple desejo de limitar a extenssom do seu artigo- colaboraçom na Voz de Galicia), e a central sindical CIG, mediante umha nota de prensa, apontavam cámbio de mentalidades e imaginaçom, respectivamente, como soluçom á violência de género.

A dia de hoje as mulheres vivemos com a certeza (consciente ou inconscientemente), de que o que ocorreu em Marim, pode-nos ocorrer a nós, ou ás nossas filhas, ou ás nossas irmás, vizinhas, amigas... Cumpre que as mulheres podamos ter umha porta aberta á esperanza, porque rematar coa violência de género é possibel, e paliar a sua incidência pode-se conseguir desde já.

No ano 98, o Congreso dos Deputados em Madrid votava um pacote de 57 medidas concretadas em seis áreas de actuaçom. Este plano de actuaçom em vigência até o ano 2.000, nascia fracasado nos seus inicios por falta de orzamentos, vontade política e de recursos humanos para leva-lo adiante. Nascia fracasado ademais, porque realmente nom contava para a sua elaboraçom, execuçom e seguimento com as organizaçons feministas. Era e é, um jeito de respostar à demanda das mulheres organizadas no feminismo dumha parte, e ao bum social desatado nos meios de comunicaçom ao longo desse ano.

Ainda assim, estas 57 medidas, de levar-se adiante, significariam um salto qualitativo em quanto à situaçom de muitas mulheres e um pequeño passo na luita por arrincar as raízes que alimentam a violência exercida contra nós. Desde o feminismo no que eu milito, o feminismo que representa Mulheres Nacionalistas Galegas, tem-se analisado que só um profundo cámbio nas estructuras patriarcais da sociedade, que sostenhem e alimentam a nossa opressom e submissom, pode rematar coa violência de género. Isto nom pode desalentar-nos para ir conseguindo pequenos avanzos com medidas concretas que apurem os nossos obxectivos. O que é tristemente desesperante, é comprovar como se nos utiliza, se aprópia da nossa linguagem e reivindicaçons, se apresenta públicamente sensibilidade e preocupaçom pola violência de género, e o que é pior, como se aprovam medidas que nom se levam adiante, para fazer-nos crer num espelhismo de igualdade e normalidade, onde se nos segue assassinando, agredindo, prostituindo, esplorando, marginando... só polo feito de sermos mulheres.

Ferrol, a 8 de Setembro 1999
Lupe Cês
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