quinta-feira, 21 de maio de 1998

Soma e sigue da luita contra o paro - Maio de 1998

Soma e sigue da luita contra o paro

Na Galiza houvo várias experiências de luita contra o paro. Neste passado mês de Maio várias iniciativas caminhavam na mesma direcçom. Além disso é muito o caminho por percorrer para deixar de falar de 200.000 pessoas em paro.

Na década dos oitenta, na comarca ferrolana, com distintos nomes e em dististas etapas, funcionou um movemento de trabalhadores e trabalhadoras em paro impulsado pola antiga INTG e mais tarde, conjuntamente coa CXTG.

Ao longo de case oito anos, foi-se elaborando umha táboa reivindicativa que tinha como pontos mais interessantes o conseguir a prestaçom económica por desemprego para todas as pessoas em paro, cursos de formaçom ... E outras já conseguidas como as prestaçons médico-farmacéuticas e a exençom de impostos municipais.

Este movimento de luita contra o paro baseava-se na combinaçom da acçom reivindicativa e propostas às instituiçons e organismos com competências no tema.

Entre as acçons que tiverom umha maior proxecçom pública e conseguirom obxectivos concretos, podemos destacar a paralizaçom dumhas oposiçons que o Concelho de ferrol ia celebrar para cubrir duas praças de ordenanzas. Correu o rumor que essas praças estavam adxudicadas e as oposiçons iam ser realmente umha tapadeira. A Assembleia de Trabalhadores e Trabalhadoras em paro, convocou umha assembleia a onde acudirom todas as pessoas que queriam aceder às praças e realizou um sorteio público. O Concelho nom aceptou o resultado de aquel sorteio aludindo que nom era legal. Que só se podia acceder a essas praças por oposiçom. O dia dos exames, a ATP conseguiu que só se apresentassem as duas pessoas que sairam do sorteio. Desse jeito cumpriu-se a vontade da Assembleia.

Cortes de tránsito, feches no Concelho, no INEM, nos locais da ZUR ( Zona de Urgente Industrializaçom), paralissaçom de obras para conseguir reduzir as horas extra e o assinamento de contratos para gente da Assembleia... som algúns dos logros e acçons deste movimento que nunca chegou a ser de carácter nacional. Esmoreceu mesmo quando se intentava organizar umha marcha contra do paro por toda Galiza.

Deste movimento autóctono de luita contra o paro sairom pessoas significadas mais tarde noutras organizaçons e movimentos com releváncia no país. Estamos a falar de Ignácio Martínez Orero que o impulsava desde o seu posto de direcçom na INTG , e os membros da Assembleia: Manuel Chao Dobarro, Jaime Castro Leal, Carlos Longa, e o veterano Tono.

Ainda que a história desses anos, coas suas batalhas e vitórias está por escrever, pode-nos dar um pouco de luz em quanto ao movimento que neste passado mes de Maio abandeirou a luita contra o paro.

A reivindicaçom da jornada das 35 horas como umha das soluçons reais ao problema do paro, foi nas manifestaçons do Primeiro de Maio, consigna de primeira orde. Nos casos de CCOO e UGT, umha consigna oportunista dado que vinham de assinar coa Xunta de Fraga e Ramilo uns acordos onde a primeira cláusula exigida pola patronal para sentar-se a negociar, foi precisamente nom tocar a reduçom de jornada.

Centrada básicamente na zona de Vigo e impulsada ou simplesmente assinada, segundo se valore, pola CIG e a CGT, levou-se adiante umha campanha contra o paro que tivo na manifestaçom celebrada o dia 9 de Maio o seu ponto mais álgido. Concertos com grupos de alto ranking em ambientes alternativos como e umha marcha Vigo-Compostela, completavam umha primeira semana de Maio que levava aos meios de comunicaçom um dos primeiros problemas do país: contar com umha das tasas de desemprego mais altas de Europa.

Que essa tasa de desemprego afecta ao 40% da mocidade tem-no bem claro a Assembleia da Mocidade Independentista. Esta organizaçom juvenil veu desenvolvendo umha campanha paralela às que já marcamos com anterioridade, apontando no seu obxectivo contra das Empresas de Trabalho Temporal. As ETT segundo esta orrganizaçom supoem os níveis mais altos de exploraçom por quanto ficam com mais do 30% do salário e consolidam o trabalho em precário e sem coberturas sociais.

O passado 16 de Maio celebravam umha manifestaçom em Vigo como remate dumha campanha básicamente propagandistica e com algúm feche em ETTs de Compostela.

Nestas páginas de Gralha temos analisado com anterioridade quais seriam os pontos mínimos para conseguir que um problema estructural como é o do paro, deixa-se de se-lo nas dimenssons que acada na actualidade. Compre hoje utilizar estas líneas para fazer umha valoraçom do que significam estas mobilizaçons.

Antes mencionavamos aos sindicatos espanhios e os seus acordos sobre emprego co PP de Fraga. Agora só lembrar as loubanças vertidas polas direcçons de CCOO e UGT ao cumprir-se um ano da Reforma Laboral. Os espanhois tenhem polas suas contas 2.000.000 milhons de parados e paradas. Todo um exército de reserva de mao de obra. Quem se poida felizitar por isso, nom precisa de comentário. Mas que pasa no nosso país. As mobilizaçons de Maio, coa presença da CGT, forom algo mais que o eco que veu de Francia? Por outra banda, umha organizaçom da mocidade pode gerar por si mesma umha dinámica de luita contra do paro que obtenha transformaçons reais? A luita contra do paro é um problema dos parados e paradas e se nom se mobilizam é a sua responsabilidade? É um problema meramente sindical?...

Desde logo, um problema estructural da importáncia do desemprego, nom pode atopar soluçom nem agentes activos que as procurem, num só sector social nem muito menos numha só organizaçom. Nom pode ser um calco mimético dos ars que circulem por Europa.

Desde a humildade destas páginas nom nos cansamos de valorar a necessidade dum grande pacto nacional de luita contra o paro. Um pacto de “ medidas e acçom”, que busque os pontos de encontro onde confluam os interesses inmediatos da populaçom ocupada e da desempregada, um pacto que conte coa mocidade e coas mulheres, como sectores mais desfavorecidos no mercado laboral; um pacto que arrinque das instituiçons prevalecedoras das teorias neo-liberalistas, um novo marco de coberturas sociais e do reparto do trabalho e a riqueça.

Lupe Cês. 21 de Maio de 1998.

Publicado no periódico "A Gralha"
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